RETIRO QUARESMAL 2018

QUINTA SEMANA

“SE O GRÃO DE TRIGO, CAÍDO NA TERRA, NÃO MORRER,

FICA SÓ; SE MORRER, PRODUZ MUITO FRUTO.

 

5º Domingo – Dia 18.03

Jo 12, 20-33: O mistério pascal da aliança de Deus

Nossa preparação para a Páscoa é iluminada pela Paixão e morte de Jesus. Hoje Jesus anuncia sua morte violenta e explica seu completo significado.

A morte de Jesus e sua ressurreição são fontes de vida futura e de renovação, assim como todas as “mortes místicas” são um meio de vida (“Até que o grão de trigo…”). “Morte mística” é a morte para a vida “deste mundo” – egoísmo, orgulho, vaidade, idolatria. (“O homem que ama sua vida perde-a“.)

Como uma fonte de humanização e vida, a morte de Jesus cria um clima e amizade e reconciliação entre as pessoas, em oposição ao costumeiro movimento pecaminoso de ódio, divisões e exploração. Essa amizade, que provém da morte de Jesus, é uma projeção da reconciliação e da comunicação entre Deus e os homens (“Quando eu subir ao céu, levarei comigo todos os escolhidos“).

 

Segunda-feira – Dia 19.03

Jo 8, 111: Jesus perdoa uma mulher adúltera

Seja misericordioso você também. Não desculpe o mal. Mas não julgue o pecador. “Quando seu irmão cometer um erro, repreenda-o a sós“. Não faça de seu pecado um acontecimento público. Fale-lhe fraternalmente, humildemente. Talvez no seu pecado e nas suas inquietações, ele seja mais reto do que você em sua virtude demasiadamente tranquila (L. Giraud).

 

Terça-feira – Dia 20.03

Jo 8, 21-30: Quando eu for crucificado, “eles saberão quem sou”

O drama de Jesus atinge seu clímax poucos dias antes de sua Paixão.

Por um lado, Ele continua a questionar as autoridades, oferecendo-lhes a luz da verdade sem interferências. De outro, rejeição e hostilidade constituem a única resposta a tudo isso. Parecia que a escuridão sobrepujaria a luz, que o mal triunfaria sobre o bem.

Esse drama termina na cruz. E, naquele momento, a divindade de Jesus é revelada (“Quando o Filho do Homem for levantado, eles saberão quem sou“). A aparente queda de Jesus foi o meio pelo qual muitos viram, vêem e verão a verdade.

 

Quarta-feira – Dia 21.03

Jo 8, 31-42: Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres.

A palavra de Jesus tem força libertadora em variados sentidos. Liberta ao arrancar o discípulo do egoísmo e ao fazê-lo trilhar o caminho da misericórdia; ao tirá-lo das trevas do erro e da mentira e ao mostrar-lhe as veredas da verdade e da transparência; ao fazê-lo deixar de lado os vícios e as paixões desenfreadas por uma vida sóbria, na qual os instintos estão sob controle; ao ensinar-lhe o valor do perdão e da reconciliação, superando o ódio e o desejo de vingança. A experiência de liberdade é fundamental na vida do discípulo. E não podia ser diferente! Afinal, é incompatível optar pelo Reino e se deixar levar pela maldade.

 

Quinta-feira – Dia 22.03

Jo 8, 51-59: Morrer com liberdade e esperança

O seguimento de Cristo livra-nos da morte – uma morte temporal, fruto das condições humanas e da eterna morte, efeito do pecado.

Um dos sintomas da conversão cristã é a ultrapassagem do trágico sentido da morte.

Jesus ensinou-nos a morrer com liberdade e esperança. Esta foi a última lição que Ele deu a seus discípulos durante sua vida terrena.

 

Sexta-feira – Dia 23.03

Jo 10, 31-42: “Eu e o Pai somos um!”

Não era a primeira vez que os fariseus tentavam apedrejar Jesus. Lemos que já o tinham querido matar por lhes ter dito: “Antes que Abraão fosse, eu sou” (cf. Jo 8,58-59). Aquilo que para os fariseus era uma blasfêmia constitui-se para nós o ponto mais alto da Revelação que Jesus nos veio trazer: “Eu e o Pai somos um!” (v.30). Os judeus, incitados pelas autoridades religiosas, repudiavam esta revelação maravilhosa de Jesus: Nele estava presente o próprio Deus! Os fariseus estavam cegos pela inveja e de propósito se negavam a aceitar as obras milagrosas realizadas por Jesus. E eu? Acredito para valer que Jesus é Deus? Creio que ele está presente no irmão, de tal modo que ao acolher um pobre, estou acolhendo a ele?

 

Sábado – Dia 24.03

Jo 11, 45-56: Fraternidade e comunhão, frutos da Páscoa

Jesus deu sua vida para quê? “Para reunir todos os filhos dispersos de Deus”.

Na Bíblia, a palavra “disperso” é sinônimo de divisão, pecado, confronto. Jesus deu sua vida para mudar os corações dos homens, transformando-os de seres alienados em irmãos; de uma sociedade injusta e dividida em outra, fraternal e unificada.

Jesus morreu para que a comunhão e a fraternidade fossem possíveis; com base em sua ressurreição, Ele restaura a comunhão do homem com Deus e dos homens com seus irmãos.

 

Repetição Inaciana

A oração de cada sábado pode ser também o exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.