RETIRO QUARESMAL 2018

PRIMEIRA SEMANA

“COMPLETOU-SE O TEMPO E O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO;

FAZEI PENITÊNCIA E CREDE NO EVANGELHO.”

 

1º Domingo – Dia 18.02

Mc 1, 12-15: O Reino de Deus está aqui.

A época da Quaresma começa com uma chamada à conversão. Isso significa que devemos nos esvaziar das falsas riquezas e valores, que podemos “crescer” de acordo com os verdadeiros valores cristãos. A conversão não é apenas desembaraçar-se dos pecados, vícios e de todas as formas de egoísmo; converter-se é ficar cheio de esperança e de amor por Deus, com senso de justiça, compaixão e generosidade.

Como dois elementos contraditórios não podem coexistir no mesmo lugar uma sala não pode ser ao mesmo tempo quente e fria, quanto mais vivermos de acordo com o Evangelho, menos viveremos de acordo com o espírito do mal (veja que o raciocínio inverso também pode ser verdadeiro). Assim, a conversão não é tanto um empenho “negativo”, mas uma experiência positiva e crescente.

Esta é precisamente a mensagem do Evangelho de hoje: “É tempo de Quaresma. A graça da Páscoa está próxima. Vivam de acordo com o Evangelho e suas vidas modificar-se-ão!”.

 

Segunda-feira – Dia 19.02

Mt 25, 31-46: Uma conversão voltada para a necessidade

A mais importante de todas as conversões é aquela que se volta a nosso irmão a caridade fraternal. É o que o Evangelho de hoje mais enfatiza.

Na parábola contada por Mateus, Jesus ensina-nos um dos mais básicos critérios pelo qual podemos discernir entre aqueles que serão salvos e aqueles que serão condenados. Esse critério não é outro senão nossa fraterna ou egoísta atitude em relação a nossos irmãos necessitados.

Mais do que isso, quer estejamos, quer não estejamos atentos, há sempre uma privilegiada presença de Jesus em nossos irmãos necessitados.

 

Terça-feira – Dia 20.02

Mt 6, 7-15: “Nas vossas orações não multipliqueis as palavras…”

Se é verdade que nosso Pai do Céu já sabe o que eu lhe vou pedir em minhas orações, será preciso rezar, já que EIe conhece de antemão o que vou dizer? Não. Isso não é verdade. Devemos conversar com nosso Pai e meditar em sua Palavra todos os dias, porque tudo, absolutamente tudo, que temos, a começar pela vida, é dom dele! Rezar é, então, um gesto de humildade, porque, ao aceitar orar, reconheço que sou criatura sua e Ele, meu Criador. Assim como a Lua não tem luz própria, mas é iluminada pelo Sol, assim também minha existência me é emprestada por Deus a fim de que o louve e lhe agradeça tamanha bondade. À hora que Ele bem entender, me pedirá a vida de volta, perguntando-me no julgamento final o que fiz com esse imenso dom!

 

Quarta-feira – Dia 21.02

Lc 11, 29-32: A conversão tem seu “tempo próprio”

No Evangelho de boje, encontramos Jesus usando ásperas palavras. Ele dirige-se ao povo que o ouve como a uma “perversa geração”. Mas por que tanta dureza? Porque eles não estão abertos para reconhecer o tempo de sua conversão às pregações de Jesus.

Para cada um, a conversão tem sua “hora” certa. É Jesus quem passa em nossas vidas em determinado momento. A Quaresma coloca-nos em alerta para que não deixemos passar despercebida a graça de

 

Quinta-feira – Dia 22.02

Mt 7, 7-12: Rezar? Para quê?

Jesus volta ao lema da oração cristã. Ele compara a bondade de Deus Pai com a dos pais terrenos, levando-nos a concluir que precisamos sempre confiar em Deus, o qual não deixa de nos ouvir e de nos dar “boas coisas”.

Por que então, às vezes, acontece de a gente pedir alguma coisa a Deus e não recebê-la? Será que isso significa que a oração é ineficaz, ou que as afirmações do Evangelho são puras invenções? Jesus não garante a eficácia da oração em “todos os casos”, mas apenas quando se pedem “boas coisas”, que nos tornam bons cristãos. E, acima de tudo, não devemos rezar só para resolver problemas da vida, mas principalmente para sermos bons “seguidores de Cristo”.

 

Sexta-feira – Dia 23.02

Mt 5, 20-26: Converter-se é seguir Cristo no amor

A conversão cristã é muito mais do que obedecer às diretrizes morais da lei e ser “inspirador” da sociedade. Converter-se é seguir Jesus no amor que Ele tem pelos outros.

Esse amor faz algumas exigências que nenhuma lei humana pode estabelecer e ultrapassa as regras da vida diária. E nem mesmo pode ser substituído pela observância religiosa.

 

Sábado – Dia 24.02

Mt 5, 43-48: Amar o inimigo, sinal de conversão

O amor pelos nossos inimigos é característico da conversão cristã. Amar nossos inimigos não quer dizer amá-los como amamos nossos amigos, isto é, não é um amor afetivo, mas efetivo, o qual, uma vez interpretado, significa vontade de perdoar e de com eles reconciliar-se, servindo-os.

Por que isso nos é exigido? Porque um cristão deve imitar Deus, que é bom para todos, para os bons e para os maus.

 

Repetição Inaciana

A oração de cada sábado pode ser também o exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.